A enxaqueca é uma doença neurológica crônica herdada geneticamente. É uma forma de cefaléia, mas não é a única. Segundo a Sociedade Internacional de Cefaléia há mais de 150 modalidades de dor de cabeça. Alguns especialistas preferem chamar a enxaqueca de migrânea, que no Brasil afeta 15% da população. Se não tratada, suas crises podem durar de 4 a 72 horas. Dentre as causas, estão esforço físico ou mental, movimentos bruscos ou inclinação da cabeça. Os desequilíbrios químico e hormonal também podem ser os culpados. Além da dor, pode haver intolerância a luz, ruídos e odores, acompanhados muitas vezes de náusea e vômito.
Por se tratar também de um desequilíbrio bioquímico no cérebro, a enxaqueca pode ser agravada por diversos estímulos, inclusive pela a alimentação. Neste caso, o jejum é certamente o aspecto alimentar mais importante para desencadear dores de cabeça, pois com a glicemia baixa há uma maior produção de substâncias que causam dor. A regra de intercalar as refeições a cada 3 ou 4 horas é fundamental, pois além de evitar esta queda no açúcar do sangue, também evita os excessos na ingestão.
Em geral, deve-se restringir alimentos com aditivos químicos, como o Glutamato Monossódico (realçador de sabor), produtos light e diet que contenham adoçantes, em especial aspartame e sucralose. Por alterar a circulação sanguinea, evitar o excesso de cafeína (café, chá preto, refrigerantes a base de cola) e alimentos com nitrato (salame, carnes processadas, salsicha). Aminas vasoativas como feniletilamina (chocolate e álcool) e tiramina (queijos amarelos, bebidas fermentadas como vinho e cerveja) podem desencadear a enxaqueca por dilatar os vasos sanguineos. A tiramina ainda libera a prostaglandina, hormônio responsável pela sensação de dor. *É importante ressaltar que cada pessoa deve observar os alimentos que desencadeiam as crises, já que pode variar de pessoa a pessoa.
A alimentação adequada pode evitar os gatilhos que geram a enxaqueca. Adotar uma alimentação mais natural, reduzindo os produtos industrializados e priorizando legumes, verduras, frutas e cereais integrais é o mais indicado.
Alimentos ricos em magnésio, além de manter os níveis de açúcar estáveis, também regularizam o fluxo sanguineo no cérebro. Ele está presente nas folhas verdes como coentro, rúcula e espinafre, além de ervilha em vagem, semente de girassol, amêndoa, farinha de soja, farelo de trigo.
Alimentos ricos em triptofano proporcionam sensação de bem estar por liberarem seratonina. Encontrado na banana, grão de bico, tâmaras. Ácidos graxos essenciais presentes no azeite de oliva, sardinha e salmão também auxiliam no controle da dor.
Pimenta normalmente não desencadeia a enxaqueca e por conter capsaicina, estimula a liberação de endorfina que é uma substância neuroquímica com propriedades analgésicas. Pimenta cayena é um exemplo. Gengibre, além de suas propriedades antinflamatórias também pode auxiliar na redução da náusea. Também é um anti-histamínico que inibe a produção de prostaglandina, responsável pela sensação de dor.
Não podemos esquecer que além da alimentação, a atividade física e boas horas de sono são fundamentais para controle da enxaqueca. Como o stress tem papel importante em sua causa, adotar um estilo de vida mais tranquilo também é a chave do tratamento.